Nestes ensaios eu reescrevo uma obra que o consagrou e que lhe rendeu o Premio Jabuti de Literatura. A obra em quetão é: A MORTE DE D. J. EM PARIS - para quem já leu será mais fácil fazer a releitura através de minha escrita. Para quem não leu, deixo aqui uma excelente indicação de leitura, entre outras, deste autor pós-moderno que grande influencia teve em meu estilo.
Neste primeiro momento apresento a vocês um pequeno texto de abertura entre os demais ensaios.
Fragmentos de um devaneio
(sussurros de um homem atormentado)
Escrevo sobre G. Apolinário – (um de meus personagens que invariavelmente perde-se entre suas múltiplas personalidades) - no caso, G. Apolinário é D. J. de R. Drummond.
Não tenho dormido quase nada pra falar a verdade. Aceitei a sugestão de meu vizinho de quarto e passei a usar protetores auditivos para afastar o barulho incandescente do transito.
Em algumas noites tomo um comprimido para dormir. Outras, fico de olhos pregados no teto em cruz de meus escárnios.
Um ronco imaginário dorme a meu lado, enquanto lá fora a chuva castiga a vidraça. Sei que almas viram estátuas no ponto de ônibus eternamente plantado em frente à minha janela. Acendo a luz do abajur vermelho, tipo cereja doce e ligo o ventilador de teto. Depois acendo um cigarro só pra relaxar.
Paris grita enlouquecida e iluminada. Quem sabe eu seria mais feliz se estivesse sentado em um dos milhares de cafés espalhados pela sexta-feira com cara de sábado.
Em meus sonhos (quando os tenho), encontro com ela. Encantadora de meus pensamentos, que assobia e dança com a música que sai de seus sapatos. Ela, que desfila e desnuda a neblina. Que fala a meus ouvidos com voz de blues.
Que imagem encantada delineou! Ainda que ele não sonhe sempre, os momentos vividos ao lado dessa figura mágica só poderiam ser inesquecíveis. Bjs.
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